sexta-feira, 30 de março de 2012

Entrevista com Simone Pires dos Santos



Nossa primeira entrevistada do blog é a folclorista e componente do Rancho Maria da Fonte, Simone Pires dos Santos. Simone além de ser bailadeira é uma ótima cantadeira. Nasceu no dia 13 de julho de 1972 em Duque de Caxias. Filha de Purifica Pires dos Santos e Indalecio Machado dos Santos, portugueses da cidade de Viseu, se formou em direito na Universidade Candito Mendes e trabalha atualmente em uma empresa no Centro do Rio. Seu encanto pelo folclore começou vendo sua irmã dançar no Rancho Juvenil da Casa do Minho ainda pequena.


Simone no Folclore

Quando você entrou para o folclore? Em 1986

Conte um pouquinho da sua trajetória no folclore:

Comecei na Casa do Minho, no Rancho Folclórico Maria da Fonte, onde aprendi os meus primeiros passos. Em 1998 por motivos profissionais e de cunho pessoal acabei me afastando e retornei em 2010. Contudo, durante todo o periodo de afastamento, dentro do meu coração se manteve a paixão pelo Maria da Fonte e pela Casa do Minho, e muitas vezes de fora me emocionava vendo os amigos que lá deixei se apresentarem.

Você já foi a Portugal?


Fui 03 vezes a portugal, uma com meus pais em 1982, onde conheci portugal inteiro, pois, minha estadia por lá durou 06 meses, em 91 e 95 cantando e dançando com o Maria da Fonte, contudo meu pais e minha irmã em 91 acompanharam o Maria da Fonte por conta própria, ocasião em que meu pai Sr. Santos, fazia parte do corpo de diretores da casa do minho, sendo a época diretor de patrimônio.

Fale sobre viajem sua Portugal e qual o lugar que vc mais gostou?

Bem, as viagens foram perfeitas, em todos os lugares em que o Maria da Fonte passou durante sua trajetória em Portugal, levantou o público e deixou saudades, pela sua autenticidade e alegria em defender o folclore minhoto.

Fale de uma passagem marcante sua como folclorista.

Foram muitos os momentos, mas, daria destaque, ao desfile de trajes na festa da Senhora da agonia em Viana do Castelo, foi algo emocionante, ver o Maria da fonte participando, ou melhor, naquele momento me vi entre pessoas de Viana que cultivam o folclore, as tradições entre gerações, foi algo maravilhoso estar ali participando.
 
Presidente: Agostinho dos Santos


Rancho folclórico: Maria da Fonte


Diretor artístico: Sr. Casimiro


Ensaiador: Cleber Cardoso


Apresentador: Sr. Davi


Bailadores: Cleber Cardoso, Alex Monteiro, Ítalo e o eterno Gilberto


Bailadeiras: Carla Rosa e  Fatima Souza


Cantador: Adriano (Rancho Folclórico Maria da Fonte)


Cantadeira: Rosa (avó da Daniela), eterna para mim.


Sanfoneiros ou Acordeonistas: Pinheirinho e meu pai (Indalecio Machado dos Santos), que hj encontra-se no Rancho serões das Aldeias.


Personalidade da comunidade: não me vem ninguém ...


Simone por Simone

Música: SHE  (Charles As Navour) e Your Song (Elton John)


Comida que mais gosta: massa


Comida que menos gosta: tomate


Amor: sentimento nobre que deve ser preservado sempre entre as pessoas, capaz de modificar qualquer ser humano


Amizade: deve ser sempre cultivada, com carinho, respeito e sinceridade.


Família: meu alicerce, razão do meu viver, meus pais e minha irmã.


Uma mulher bonita: Eu rs.. Demmy moore


Um homem bonito: George Cloney e meu namorado rss...


Tempo: senhor de tudo, tudo esclarece, e tudo conduz


Escola de Samba: Portela


Passatempo preferido: escutar música, praia, malhar, estar com meus pais e amigos


Quem é Simone?

Uma pessoa com personalidade forte, mas, com um imenso coração, capaz de enfrentar os maiores desafios para chegar onde quer, não desisto com facilidade de nada, não me importo com a opinião alheia,  sou do tipo de pessoa que vc ama ou detesta, para mim tanto faz, quando amo sou verdadeira e facilmente a pessoa perceberá, o grande segredo para conquistar a Simone seria, ser fiel e sincero sempe, admiro pessoas verdadeiras e leais, não gosto de pessoas politicas que não se posicionam, amo a vida e vivo cada momento como se não huvesse amanhã.
O Basil cresce, precisa de pessoas que efetivamente percebam as necessidades do povo, daqueles que lutam diariamente para conseguir o mínimo de dignidade,os brasileiros precisam de respeito e cuidado sentimentos que nenhum governante se preocupou em cultivar...é por ai!

Mensagem Final: minha mensagem seria, vivam a vida intensamente como se não existisse o amanhã, as pessoas precisam amar mais, se respeitar mais, e acima de tudo é preciso saber viver... a vida é um aprendizado constante, todos os dias temos algo a aprender, o lance é filtrar o que cabe em nossas vidas e o que podemos descartar.

Portugal em Foco - Divulgação



quarta-feira, 28 de março de 2012

Maria da Fonte se apresenta no Programa do José Cunha.





http://www.youtube.com/watch?v=uT51Ce0RK-Y&feature=related

Maria da Fonte e Abel Duerê no Programa da Xuxa

O Maria da Fonte se apresenta com Abel Duerê no Programa da Xuxa. Quatro pares/oito componentes  se apresentaram no programa: Márcio, Carlos, Cleber, Cristina, Carla, Claudia e Patrícia. 




Dª Fernanda uma grande folclorista



Foi em 1956 que Benjamim Pires e sua esposa Fernanda, oriundos da Freguesia de Carreço, passaram a integrar o Rancho Maria da Fonte e fizeram mudanças importantes e radicais.  As músicas e danças genuínas da região de Viana do Castelo passaram a fazer parte do repertório do Maria da Fonte. 

Ranchos referência do Maria da Fonte - Lavradeiras de Carreço



História

O Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço, organizado em 1923, o mais antigo agrupamento folclórico de Portugal, é uma Associação Cultural de Utilidade Pública, que preserva e divulga as tradições, usos e costumes do povo da Região de Viana do Castelo.
Tem desde a sua fundação mantido uma actividade ininterrupta, encontrando os jovens de hoje os mesmos motivos que os seus avós para continuar a expressar através do folclore o sentir das gerações passadas, a alegria e solidariedade universais. O Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço, organizado em 1923, o mais antigo agrupamento folclórico de Portugal, é uma Associação Cultural de Utilidade Pública, que preserva e divulga as tradições, usos e costumes do povo da Região de Viana do Castelo.
Foi Carlos Peixoto Freitas Sampaio, exímio bailador das modas que em Carreço o povo dançava no século passado, que há mais de setenta anos reuniu um grupo de jovens, que costumavam formar os "ranchos" para animar os serões as festas e romarias das redondezas, contando desde logo com o apoio do Páraco local, Padre Domingos Afonso do Paço.
Alguns anos mais tarde com o apoio do etnógrafo Abel Viana, deram-lhe o nome de RANCHO REGIONAL DAS LAVRADEIRAS DE CARREÇO. Estava assim criado o primeiro rancho folclórico de Portugal.
Nascido espontaneamente, à sombra tutelar do promontório de Montedor, com o seu típico Farol, mantém-se como guardião das danças e cantares da histórica Freguesia de Santa Maria de Carreço.
Das danças e cantares, todas elas oriundas de Carreço, destacam-se: Senhor da Serra, Chula, Gota, Rusga, Tirana, Velho, Preto, Pai do Ladrão, Cana Verde, Redonda, Verde Gaio, Rosinha, Carreço por Ser Carreço, e o Vira, como não podia deixar de ser, com várias versões, todas elas de imponente beleza.
Em relação aos trajes, cada um tinha uma função específica, apropriada a cada actividade, sendo mais ou menos elaborados, conforme as posses de cada um. Assim, das várias existentes salientamos para a mulher: Traje de Lavradeira, Lavradeira de Dó, Traje de Ceifeira, Traje de Tradição, Traje de Feirar, Traje de Trabalho e embora não sendo de Carreço, mas sim da região de Viana, temos ainda o: Traje de Mordoma e Traje de Noiva. Para os homens destacam-se: Fato de Domingo ou Dias de Festa, Traje de Mordomo, Traje de Lavrador e Traje de Trabalho.
Quanto aos instrumentos musicais, também eles recebem a herança do passado, hoje mais enriquecido. Nas primeiras actuações, havia apenas uma harmónica, depois foram-se juntando as Concertinas, as Violas, os Cavaquinhos, os Ferrinhos e mais tarde o Acordeão diatónico. Destaca-se um instrumento único no País, as Conchas de Crustáceos (Vieiras), que marcam o ritmo da música, funcionando assim, com um instrumento de percusão.

Ao longo da existência deste rancho, vários foram os seus intervenientes, destacadas cantadeiras e dançadores, quase sempre anónimos, mas que sem eles, este percurso seria impossível. Graças ao seu espírito de sacrifício, à sua devoção e ao seu temperamento artístico, após as tarefas árduas de cada dia, que este rancho é chamariz de gentes e propaganda da região minhota. Deve-se no entanto destacar o seu fundador Carlos Peixoto de Freitas Sampaio, sua filha Teresa Freitas Sampaio e seu neto e actual director Carlos Silvano Freitas Sampaio. Estão aqui descritos vários factores ilustrativos, da importância cultural que este rancho evidência. É de facto, uma embaixada cultural viva, não só de Carreço, mas também da Região de Viana do Castelo.
O Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço deixa por onde passa e de forma indelével, o seu saber de cultura, com brilho e orgulho, desde o Minho ao Algarve, Madeira, Açores, Espanha, França e Brasil, onde tem recebido as mais variadas distinções nestas suas deslocações. Este Grupo é Sócio Fundador da Federação do Folclore Português. Sócio Fundador da Associação de Grupos Folclóricos do Alto Minho e está inscrito no INATEL, I.P.J. e R.N.A.J.


Origem do Nome "Maria da Fonte"





Origem do nome

Maria da Fonte, ou Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846 contra o governo cartista, presidido por António Bernardo da Costa Cabral, em Portugal. A revolta resultou das tensões sociais remanescentes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado pelas novas leis de recrutamento militar, por alterações fiscais e pela proibição para realizar enterros dentro de igrejas. Iniciou-se na zona de Póvoa de Lanhoso, no Minho, e se estendeu por todo o norte de Portugal. Teria sido uma mulher do povo, chamada Maria, quem instigou os motins iniciais. Ela era da Freguesia de Fontarcada e, por isso, ficou conhecida como Maria da Fonte. Como a fase inicial do movimento insurreccional teve um forte componente feminino, acabou por ser esse o nome dado à revolta. O nome Maria da Fonte se tornou uma lenda e um sinônimo de bravura para todos, em especial para os imigrantes portugueses, ao deixarem sua terra natal.

Danças e Cantares do Maria da Fonte


O Maria da Fonte tem um vasto repertório de músicas do Alto Minho:

SANTA MARTA DE PORTUZELO                                            

Ai Amor    - http://www.youtube.com/watch?v=H_-au-BaXeE                                                                    
Chula Picada - http://www.youtube.com/watch?v=8suY1Dr3UoA                                                                
Chula de Roda - http://www.youtube.com/watch?v=9NbrBfaKbsk                                                              
Chula de Viana - http://www.youtube.com/watch?v=hH9QcrouX6U / http://www.youtube.com/watch?v=2N-BWNjVvuY                                                             
Gota de Sta. Marta    http://www.youtube.com/watch?v=D_cJ-hjuZXg /                                                              
Rusga de Sta. Marta 
Rosinha
Vira de Samonde - http://www.youtube.com/watch?v=7RIkm4kyP8I                                                        
Vira Cruzado    - http://www.youtube.com/watch?v=8kdjjVXS6dQ                                                              
Vira de Sta. Marta                                                        

MEADELA

Chula Nova
Vira das Palmas - http://www.youtube.com/watch?v=hzN1ddmuc1Q

Vira de Viana

AREOSA                                                                    

Chula da Areosa   - http://www.youtube.com/watch?v=jq6ziQJIfkw  / http://www.youtube.com/watch?v=_N3l_OZaMpg                                        
               
Vira de São Mamede   - http://www.youtube.com/watch?v=uQ2xDMdP9pQ                                                
Vira da Boa Viagem     - http://www.youtube.com/watch?v=ijdg-HwvOiY                                                  
         
CARREÇO
Gota minha Gota
Tirana
Velho

DIVERSOS

Chula Picada - http://www.youtube.com/watch?v=zx7Z74LwPbI 

Chula da Corredora
Rusga dos Caminhos

terça-feira, 27 de março de 2012



Cristina Figueiredo é uma das nossas preciosidades dentro do Rancho Maria da Fonte. Faz parte do quadro das grandes folcloristas e dançarinas que esse Rancho tem o prazer de ter.

Segue a entrevista que ela deu para o site da Casa do Minho em junho de 2010.


Nome:  Cristina Gomes Figueiredo
Nascimento: 11/04/1969
Natural: Rio de Janeiro
Filiação (cidade onde nasceram em Portugal):
Avelino Abreu de Figueiredo – Cabanas de Viriato – Viseu
Maria dos Anjos Gomes Figueiredo – Alvites – Vila Real
Filho: Pedro Figueiredo Cardoso

Ano que entou na Casa do Minho: 1978

Quem levou vc para a Casa do Minho?
O Sr. José Alves Cerqueira, presidente da Casa do Minho na época, convidou meu pai para levar o hóquei sobre patins para a Casa do Minho.

O que fez vc a entrar no Maria da Fonte?
Meu pai era diretor de esportes e eu fazia parte da patinação artística, freqüentando a Casa do Minho diariamente. Com isso, acabei conhecendo muitos componentes. Um dia estava assistindo ao ensaio e o Sr. Ramoa me perguntou se gostaria de dançar também, já que minha irmã já estava dançando no Maria da Fonte. Acho que só estava faltando um empurrãozinho, entrei naquele dia mesmo e estou até hoje.

Já fez parte de outra casa ou rancho folclórico?
Não

Quantas vezes você foi a Portugal?
5

O que vc achou da terra de seus pais?
Não tenho como descrever sem ser impessoal. É um país pais maravilhoso, com um povo espetacular com uma excelente tradição histórica e cultural, misturando a emoção da realização do sonho de conhecer meus parentes e o lugar onde meus pais cresceram.

Sendo filho de dois folcloristas, será que o seu filho tambem vai fazer parte do rancho folclórico?
Ele indiretamente já faz parte do rancho. Já tem seu traje e sempre que possível me acompanha nas apresentações. Espero que ele se apaixone e continue a divulgar o folclore.

Com esses anos de folclore, vc tem alguma passagem maracante?
Apresentação do Maria da Fonte no Festival de Santa Marta

O que vc acha do MF de quando vc entrou, para o atual?
Está muito diferente. Antes tínhamos muitas apresentações, muitas viagens, os componentes quase não faltavam. Hoje, em função da vida bem mais agitada que levamos seria impossível manter a mesma estrutura.
Um presidente (ou mais):
Joaquim Fernandes

Uma casa regional (ou mais):
Casa do Minho

Um rancho folclorico (ou mais):
Sempre Maria da Fonte

Um diretor artistico(ou mais):
Vou destacar uma pessoa que não foi somente um diretor, mais um homem que dedicou sua vida ao Maria da Fonte, Sr. Antonio Ramoa.

Um ensaiador(ou mais):
Carlos Alberto

Um casal de folcloristas(ou mais):
Sr. Benjamim e D. Fernanda

Por qual clube torce no Brasil e em Portugal:
Vasco da Gama e Futebol Clube do Porto

Gosta de samba, torce por qual escola:
Gosto. Minha escola de coração é o Salgueiro, mas como tenho muitos amigos na Unidos da Tijuca acabo também torcendo para ela.

Fora o folclore, qual seu passa tempo preferido:
Ir a praia, viajar … e sempre que possível na companhia do meu filho

segunda-feira, 26 de março de 2012


Hino ao Maria da Fonte


A marchar sempre a marchar
Sai da frente abram caminho
Dai vivas, deixai passar,
O rancho da casa do minho
Viva o Maria da Fonte
Seu nome é imortal
Também Afonso Henriques
Fundador de Portugal (2x)



Olha o Maria da Fonte
Já nao me sai da memória
Foi além do horizonte
Os feitos da sua história
Viva o Maria da Fonte
Seu nome é imortal
Também Afonso Henriques
Fundador de Portugal (2x)

quarta-feira, 21 de março de 2012



Fundação do Grupo Folclórico Maria da Fonte


História – Maria da Fonte

No início dos anos cinqüenta do século XX, por força das circunstâncias, a Casa do Minho, de exclusivamente beneficente passou também a recreativa.
Os Srs. Antonio Pedreira e Domingos da Costa e Silva procuravam atrativos para incrementar a vida associativa.
Inspirado no grupo de danças regionais que a Casa dos Poveiros havia fundado, o Sr. Antonio Pedreira idealizou organizar algo parecido.  Elza e Nilza,  filhas do Sr. Pedreira, empolgaram-se com a idéia, convocaram os vizinhos, moças e rapazes da rua General Caldwell.  A novidade propagou-se e outros jovens acorreram da Rua Riachuelo e do Catumbi.
Para ensaiar a rapaziada foi consultada a fadista e radialista Maria Amado, que mantinha o popular programa Duas Pátrias, na rádio Vera Cruz. Esta artista indicou o seu colaborador no programa, Sr. Antonio Fonseca, sapateiro de profissão com pendores de musicista e coreógrafo.  Aceitou o convite e com a colaboração da própria Maria Amado e de João Campos, outro radialista português, deu início aos ensaios.  Ao empenho do Sr. Fonseca deveram-se não só as evoluções e cantigas como o bonito hino “Adeus ao Minho”, letra e música, que ainda na atualidade encerra as exibições do Rancho Maria da Fonte.
A atividade das moças era frenética na confecção das roupas.  Idealizaram um traje que mais parecia vestimenta cigana.  Só os lenços, da cabeça e dos ombros eram autênticos de Viana do Castelo.  Carregavam nas mãos um pandeiro que fazia parte da coreografia.  Os rapazes usavam na cabeça carapuças características dos Campinos do Ribatejo.   A Elza e a Nilza com a colaboração da componente Suely confeccionaram um maravilhoso estandarte com o emblema da Casa.
O repertório resumia-se a evoluções em compasso de marcha no estilo dos desfiles populares de Lisboa, ao som de um acordeão das canções entoadas pelos próprios componentes.
Foi considerado pronto e sua estréia deu-se em 18 de dezembro de 1954, data da fundação.  Anunciada nos jornais, a novidade levou grande público à sede da Rua Conselheiro Josino, superlotado o salão.  A assistência não regateou aplausos.  Mesmo com o sucesso alcançado os responsáveis, Sr. Pedreira e Sr. Silva, diretores sociais, achavam que faltava alguma coisa.  Uma tocata foi organizada com acordeonista, bombo, ferrinhos e reco-reco.  O Sr. Antonio Fonseca afastou-se e em seu lugar, como ensaiador, assumiu o Sr. Neca Marques que imprimiu novas características coreográficas com alguma originalidade minhota.
Em 1956 Benjamim Pires e sua esposa Fernanda, oriundos da Freguesia de  Carreço, passaram a integrar o grupo e a mudança foi radical.  As músicas e danças genuínas da região de Viana do Castelo passaram a ser o repertório do grupo folclórico.  Na mesma época Bernardino Alves dos Reis com seu violino, sua esposa Ana e suas três filhas aumentaram o patrimônio artístico e familiar da Casa do Minho.
Assumiu o Bernardino o comando da tocata que ganhou novos elementos: concertinas, cavaquinho, viola, clarineta e mais acordeões.
Em 1959 vem ao Brasil o renomado Grupo Folclórico de Santa Marta de Portuzelo que muito influenciou o grupo da Casa do Minho, não só pela recolha de diversas músicas para o seu repertório como também pela forma imponente de suas apresentações.
No mesmo ano resolveram que o grupo deveria designar-se Rancho. O Sr. Silva viajou a Portugal e em Viana do Castelo encomendou os primeiros trajes característicos para as moças.  Poucos meses depois chegaram e foi uma nova fase de sucesso.
A Dona Odete, esposa do tesoureiro Sr. Alberto Igrejas, sugeriu que o Rancho se denominasse Maria da Fonte, nome que representava a bravura das mulheres do Minho.  Aceita a sugestão, foi simbolicamente batizado, e sua madrinha foi a cantora Maria da Graça.
Em 1982, na gestão do presidente Agostinho dos Santos, ex- integrante do Maria da Fonte, o Rancho faz a sua primeira digressão a Portugal com o objetivo principal de mostrar a Região do Minho aos componentes, já em sua maioria brasileiros, que com tanta dedicação ajudavam a divulgar aqui no Brasil. Também se tinha como intenção mostrar aos portugueses que havia um grupo que divulgava o folclore minhoto em terras do Brasil. A representação autêntica do folclore apresentado pela Casa do Minho acabou por derrubar com os preconceitos dos minhotos com relação a grupos folclóricos oriundos do Brasil, tendo Viana do Castelo aberto as portas para o Maria da Fonte nas outras digressões que ocorreram em 1991 e 1995, esta última na gestão do presidente Joaquim Fernandes.
No final da década de oitenta e, principalmente, na década de noventa a Casa do Minho recebeu diversos grupos folclóricos minhotos, dentre eles,  o Grupo Folclórico das Lavradeiras da Meadela, o Grupo Etnográfico das Lavradeiras de Carreço, o Grupo Etnográfico da Areosa, o Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço e o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Lanheses, que permitiu, juntamente com as idas do Rancho à Portugal, um aprimoramento cada vez mais constante da autenticidade do folclore apresentado pelo Maria da Fonte.
Durante quase quarenta anos o Benjamim foi o grande propulsor do Rancho Maria da Fonte como ensaiador ou supervisor.  Outros nomes se sucederam como ensaiadores, todos discípulos do mestre Benjamim.  O número de componentes, moças e rapazes, que nestes cinqüenta e seis anos integraram o grupo folclórico, é incalculável.  Foram várias gerações que defenderam as danças populares portuguesas da Província do Minho.
Ao longo destes cinqüenta e seis anos de atividades ininterruptas, o Rancho Maria da Fonte efetuou apresentações em todo o Brasil e Portugal, especialmente em reconhecidos festivais nacionais e internacionais, para autoridades brasileiras e portuguesas e em programas televisivos e casas de espetáculos. Mantém um rico acervo de vestimentas com mais de 130 trajes femininos completos, desde o chamado traje de noiva até o de trabalho, e sua discografia inclui quatro gravações realizadas de seu repertório.
O Rancho Folclórico Maria da Fonte sem dúvida é um dos mais representativos grupos folclóricos fora de Portugal, quer por suas danças e seus cantares, quer pela sua indumentária rica e autêntica da região minhota, o que lhe tem rendido diversas admirações por onde passa.



 

História do Rancho Maria da Fonte